terça-feira, 7 de dezembro de 2010

A essência de Hórus

OI genteeem!
Depois de uma ETERNIDADE sem dar um pulinho aqui vou colocar um conto grandão para vocês!
Se quiserem, leiam em partes, é meio compridinho mesmo xD
Aproveitem!

O jovem chegou descabelado ao saguão do hotel cinco estrelas, transpirando e com a respiração ofegante, parou a poucos metros da secretária de cabelos grisalhos e tomou ar, os seus últimos dias foram os mais insanos que já tivera! O único lugar onde ele tinha alguém para confiar era ali... Quando a senhora ergueu os olhos, quase que caiu de costas:
-Paulinho! Você sumiu sem deixar recados!Desapareceu! Onde pensa que estava?!
-Dona Judite...
-Tenho que ligar para a polícia agora! Eles estão louquinhos atrás de você!
-Não!
-O que?- os olhos dela se voltaram para as roupas dele incrédula- Por Jesus! Você está em trapos!
-Preciso falar com a Tia Amanda, agora! Sra. Judite, por favor... É urgente...
Ela foi pegando o telefone:
-Paulinho, a polícia toda está lhe procurando! Devo ligar antes, depois você fala com a sua tia, menino!
Ele correu até a bancada, já puxando a atenção de quem andava por ali de noite e segurou o aparelho:
-Por favor, Dona Judite... Eu estou bem... Eu estou vivo, mas preciso falar com a minha Tia, me diga onde ela está, e não chame a atenção por enquanto, por favor...
Os olhos do rapaz brilharam como se a emoção o estivesse sufocando a garganta, até parecia medo, ela relaxou as mãos que estavam sobre o telefone:
-Tudo bem garoto, mas vai logo! Ela esta em seu escritório, no...
Ele beijou a bochecha da senhora:
-No 9º andar, eu sei! A senhora é um anjo!
O garoto, que mais parecia um mendigo, passou pelos vasos com cravos brancos, pelo tapete luxuoso e foi direto ao elevador, apertou o botão e esperou enquanto a maquina descia.
“5, 4, 3... Vai logo...”
Quando a maquina chegou ao térreo, ele entrou e clicou o numero nove, encostando-se na parece metálica e suspirando enquanto as portas se fechavam:
-Meu Deus...
No ultimo vão ele ainda podia ver dois ou três rostos o observando-o.
Acho que nem eu entraria num elevador com um menino vestido desse jeito.
Olhou para a camisa e as calças totalmente manchadas e esfarrapadas, nem o sapato escapara do horror.
Nem sei como a Judite me reconheceu, to parecendo um mendigo!
O elevador começou a se mover gentil, só então Pulinho percebeu como suas pernas tremiam, ele mal conseguia se sustentar sobre elas. Sua respiração estava inconstante, mas ali ele finalmente estava se sentindo seguro, como se nada mais pudesse feri-lo.
O visor que ficava logo acima dos números parecia correr devagar: 4, 5... Tudo estava como deveria ser, a musiquinha repetitiva de fundo, a cor amarelada das luzes, o ar condicionado ligado, era uma dádiva voltar ao que ele podia chamar de lar.
O menino fechou os olhos pressionando as pálpebras. A vida dele havia se tornado um verdadeiro inferno desde que sumira, uma semana atrás.
Será que Tia Amanda já falou com meu Pai e minha Mãe?
Ele sabia que não seria nada bom se ela o tivesse feito, na verdade, só o fato de ter que inventar um por que de ter desaparecido para a policia já era algo bem complicado.
Mas o que eu faço? Conto a verdade...
Ele pensou uns segundos nessa opção.
É, em uma semana eu conto o que houve! Na outra, vou para o hospício!E que raio de elevador é esse que nunca chega!
O garoto abriu os olhos novamente focando diretamente no visor para ver em que andar estava e sentiu seu estomago revirar.
Um sete virado para baixo...
Seus olhos se arregalaram e seu ar começou a faltar, ele gostaria de acreditar que era uma mera coincidência, mas não podia ser...
O elevador deu um solavanco fazendo-o quase cair, o metal começava a ficar cada vez mais frio, e o ar parecia ficar cada vez mais esbranquiçado, como se formasse neblina a sua volta.
Ele correu até o botão de alarme e o apertou, mas nada aconteceu:
-Merda!
Foi até o fone e apertou o botão para se comunicar com a secretaria:
-Judite! Judite! Tá me escutando?! Alguém?!
Mal ele terminou a ultima pergunta um sonar agudo começou a sair pelo aparelho, primeiro parecido com estática, mas depois foi aumentando, piorando, até fazer o rapaz cair de joelhos com as mãos tampando os ouvidos.
Tal como o som veio, ele desapareceu. Paulinho levantou o rosto para ver se fora só um surto da sua mente assustada, mas lá estava o sete ao contrário de novo:
-Merda! De novo não...
As imagens de ele descendo o elevador do shopping na última segunda feira voltaram a sua mente, o mesmo símbolo, o mesmo frio antes de ele desmaiar, mas dessa vez ele continuara lá dentro...
-Está se divertindo?
Uma voz feminina soou do fone, sedutora, perversa, se divertindo com o que acontecia:
-Achei que uma entrada triunfal faria diferença... Você gostou?
Syhha! Como ela tá aqui?!
As lembranças voltaram outra vez, depois do estranho número no elevador do shopping e do desmaio, ele passara os últimos seis dias numa tortura sem fim... Quando acordou já estava bem acorrentado a uma cama de palha. Demorou algum tempo até ele perceber que não estava na dimensão humana, mas depois que notou as coisas só pioraram...
Syhha parecia ser um tipo de mandada de um “Semi-Deus” que os egípcios chamavam de Seth. Era uma mulher que qualquer homem ficaria lisonjeado de estar preso á frente, suas curvas seriam capazes de formar um oito invejável, sua roupa não passava de uma saia bem detalhada, comprida, com cortes verticais até um palmo do quadril e um top de ouro, mais parecido com um sutiã, com as alças feitas de várias correntes finas caídas por todo o ombro, a pele era amorenada e os cabelos compridos, negros e lisos, emoldurando os olhos dourados com lápis forte e a boca bem delineada-, era uma legítima egípcia, até no nariz.
Pensei que ela não pudesse vir aqui... Ela mesma falou...
-Por que esse silencio, moleque? Não acredito que você conseguiu escapar... Realmente fascinante! Bela façanha para um meio-humano!
Ele podia sentir o sorriso dela, seja onde estivesse, se abrindo malicioso, degustando cada gota do pavor do menino.
Bela façanha?!Quase morri por causa dessa vagabunda!
Depois de acordar naquela cama foi que conhecera Syhha, ela lhe contou que estavam perto do portal de Anúbis, entre o julgamento de morte e o mundo humano, e que dentro da alma dele estava guardada o que os Deuses chamavam de a “essência de Hórus”, uma energia dos primórdios humanos, que continha a união perfeita da gota mais pura do poder de cada Deus, em suma, um pouco dos poderes de cada um, na sua forma mais potente.
No início ele não entendeu o porquê de logo sua alma ter sido escolhido, mas depois que ela contou a respeito de sua tia, tudo se esclareceu!
A voz de Sihha ainda saia pelo fone, zombeira e soberana:
-Conte-me, como descobriu a respeito do vinho?
Então ela já sabe sobre o vinho...
Paulinho respirou, o ar estava cada vez mais frio, e o elevador deu mais um chacoalho, o jogando no chão:
-Vamos, me conte... Eu precisarei ir até ai para que me diga?
Ela falou com meiguice, o que o assustou ainda mais.
Ela acha que é tudo um jogo... Acha que minha vida é um jogo! Como eu saio daqui?!
-Ei, alguém ai?
Ele tentou se levantar e o elevador balançou outra vez, fazendo-o cair outra vez:
-Escapei quando um dos seus serviçais tentou tirar a minha camiseta... -Ele começou, falando baixo.
Também, não sei o porquê aquele filho da p* queria me tirar a camisa!
-Ele afrouxou as correntes e a chave estava perto da adaga...
As luzes piscaram um pouco e ela voltou a falar, numa mistura de cinismo e perversão:
-Preciso urgentemente trocar aquele pessoal... Umas férias eternas ao lado de Anúbis fará bem a eles... O que acha?
Bela forma de se referir á morte...
-Acho que não passa de outra forma de dizer que, como seus empregados falharam, você vai por um fim neles.
O silencio imperou durante alguns segundos, como se Sihha estivesse pensando, as luzes voltaram a piscar e os lábios do rapaz começaram a tremer com o frio.
Se ela não me pegar primeiro, é certeza que morro aqui com esse frio.
Paulinho se levantou esfregando os braços nus:
-A temperatura está boa, rapaz?
Uma merda, vadia!
-Muito agradável, eu garanto. – disse o mais cínico que conseguiu.
-E quanto ao vinho?
As luzes não paravam de piscar e o frio crescia lentamente, era uma questão de tempo até a hipotermia começar, ele percebeu entre um facho de luz entrecortado e outro que o visor continuava com o mesmo sete ao contrário.
-Paulinho?
Ela quase assobiou essas palavras, saíram suaves, até maternas.
Agora quer dar uma de boazinha é?
-Como se você não soubesse! Não é, Sihha?
Depois que ele saiu da saleta onde estava, o corredor apontava para esquerda e direita, por obra do destino, ele decidiu seguir pela direita, andou durante um tempo sem encontrar nada, até que uma porta lhe chamou a atenção, feita em bronze, decorada com ouro e pedras reluzentes, nada muito comum.
As luzes começaram a piscar desesperadamente e, do nada, param! O menino na hora se enrijeceu, apavorado.
O que tá acontecendo...?Por que tá tudo escuro...? Cadê ela?
As respostas só vieram quando ele sentiu os lábios quentes roçando no seu ouvido esquerdo, gélido, sussurrando, sedutora:
-Quero que você me conte...
Ele ficou alguns instantes quieto e depois suspirou:
-Depois que você me contou que a minha tia era uma...
Ela aumentou o grau da malícia na voz:
-A conselheira de Osíris e Isis?
Ele ofegou um pouco e logo controlou novamente seu medo:
-É... Depois que você me disse isso... Eu fugi do cativeiro e acabei encontrando o seu quarto.
A memória de Paulinho se embaralhava, ele lembrava-se bem como havia sido no cativeiro, nada bom...
“A essência esta presa no interior da sua alma” Sihha dissera “Temos que abri-la para pegar... Infelizmente, não há como você sair vivo desse processo, sinto muito.”
Ele lembrava bem dela dando de ombros e falando com desdém “O que posso fazer, sacrifícios são necessários, e meu mestre está cansado de ser subjugado por Isis e seu maridinho”.
Depois daquilo, foram horas e mais horas de tortura, abrir uma alma não era como abrir um corpo... Para eles parecia muito simples banha-lo com energia e rituais diversos, mas para Paulinho era como experimentar, sem anestesia, que cortassem cada músculo, cada órgão, cada veia do seu corpo, vagarosamente, experimentando cada gota de sangue.
Pelo que ele entendera: Isis, Osíris e Seth eram deuses irmãos. Isis havia se casado com Osíris e causado inveja a Seth, que despedaçou o irmão e o espalhou pela Terra. Como deusa da fertilidade e vida, Isis buscou cada um dos pedaços e deu vida nova ao seu marido, banindo Seth ao deserto, para se tornar um o Deus da violência e da desordem, da traição, do ciúme, da inveja, do deserto, da guerra, dos animais e serpentes, foi o que ela disse. Agora Sihha queria a essência criada pelo filho do casal, Hórus, e estava dentro dele.
As unhas afiadas da sacerdotisa de Seth passearam pelo peitoral do adolescente, enquanto ela continuava a falar baixinho, diretamente no ouvido dele:
-Encontrou o meu quarto? Que interessante... E então?
Paulinho sentiu suas costas arrepiarem, ela escorregou as mãos gélidas por dentre a camisa rasgada e continuou a arranhá-lo, completamente provocante:
-Diga... O que fez no meu quarto?
Ele se lembrava de uma cama bem ornamentada do lado direito, uma imagem de algum Deus hibrido na parede a sua frente e uma escrivaninha com um armário ao lado na esquerda, o quarto era espaçoso e todo bem decorado. Começou gaguejando:
-Eu encontrei um livro... Estava mal fechado... Foi só puxa-lo que abriu em uma das páginas.
A respiração ofegou mais, o frio começava a se tornar intenso demais, os lábios tremiam e os dentes lutavam para não bater:
-E leu sobre o vinho? – disse ela curiosa- Como conseguiu ler egípcio?
-Eu não sei... – Suspirou se encolhendo com a temperatura- Só li.
Depois de ler aquela primeira parte ele conheceu algo chamado de “vinho de passagem”, não era raro para Deuses, mas havia sido abolido da Terra, uma substância agridoce, com cheiro de madeira envelhecida e uva, coloração rosa turva; não é o que se possa chamar de apetitoso.
Sihha colocou os dois dedos indicadores em baixo do elástico da calça, perto dos ossos da bacia, como se fosse abaixá-la:
-E como encontrou a bebida?
O lado animal do menino entrava em choque com seu medo enquanto sua mente, desesperada, tentava manter os pensamentos bem ordenados:
-Enquanto eu estava lá dentro, alguém entrou para buscar alguma coisa que estava na sua cama, e eu tive que me enfiar dentro do armário...
Ela pressionou os dois dedos levemente, fazendo movimentos circulares, ele lutou para se concentrar:
-E então...
- Percebi que o seu armário tinha cheiro de uva entre as roupas e comecei a procurar de onde vinha, foi quando encontrei a portinhola, com o vinho.
-Ah, então foi isso... Um furto no estoque...
Sua voz saiu macia, mas pareceu dilacerá-lo por dentro.
Ela esta jogando demais... O que ela quer?!
-Mas chega dessa história! Meu prazo está se acabando, menino... E meu mestre não gosta de atrasos...
A sacerdotisa, sem dar avisos, tirou umas das mãos do elástico e passou-a ,como se fizesse carinho, por cima da genital do garoto, sobre os panos restantes do que um dia foi uma calça, a exitação lhe penetrou as veias. Aproximou seu corpo do dele, colando os seios nas costas e se encaixando perfeitamente no jovem, e sua voz saiu picante:
- Perdoe-me, querido... Mas eu tenho uma entrega a fazer.
Do prazer momentâneo, o garoto experimentou novamente a dor. Ela encravou as unhas logo abaixo das costelas, sentindo o sangue escorrer e jogou-o na parede do elevador. Ele bateu com toda a força e caiu tonto no chão, ela ajoelhou-se e, no escuro, ele pode sentir quando sentou em cima dele, com o corpo do rapaz entre as pernas. Mas dessa vez a voz veio traiçoeira, sedutora, maldosa:
-Sabe para que ele ia tirar a sua camisa, moleque? Era para eu terminar o serviço! Não esperava que eu concebesse a essência de um mal vestido, não é?!
A excitação voltou-lhe as veias, os lábios de Sihha tocaram os dele, passando a ponta da língua quente de leve:
-Agora que a sua alma já está aberta, só falta um passo...
Ela começou a tentar puxar a calça do menino.
Não!
-Não! O que...
-Shhhh... Vão ser alguns minutinhos de prazer, meu querido... Eu pegarei a essência com a sua vida e você nem irá sentir...Que pena a sua morte ser realmente necessária.
Ele tentou empurra-la, mas ela o pressionou contra o metal gelado do elevador escuro, acoplando os dois corpos e abaixando a calça do pobrezinho. Ele se contraiu todo tentando fugir como um filhote numa jaula congelante, ela ria baixinho da tentativa de Paulinho, claramente sua força era muito superior a dele e não demoraria muito para que superasse essa pequena rebeldia.
-Sabe o que mais me diverte nisso tudo?- Seus dedos começaram a puxar a cueca, ela continuou aos sussurros- É que você esta gostando...
Mal ela acabou de falar, algo aconteceu, para ele foi como perder todo seu peso, os dois corpos flutuaram sutilmente e depois caíram desajeitados! Seguido por outro flutuar, esse mais alto e outra queda, essa machucando o pulso dele:
-Ai, meu pulso!
Sihha ainda estava colada nele, mas havia uma folga entre os dois, ele tentou empurrá-la, ela nem se moveu:
-Nem pense nisso, moleque – algo frio encostou no seu ventre – Ou é fim de jogo para você, agora!
- Se eu fosse você, não encostaria no meu sobrinho, Sihha.
Uma luz o cegou por alguns instantes, o peso da sacerdotisa foi tirada de cima dele, e alguém o puxou do chão com fervor:
-Paulinho, Paulinho!
As mãos da sua tia tocaram seu rosto e o balançou, aos poucos ele começou a distinguir suas formas:
-Tia Amanda?É a senhora?
-Oh, meu Horus!- Ela o abraça- Que bom que a dona Judite me ligou!
-Ahn... Mas eu...
- Fique quieto e atrás de mim.
Ele se posicionou onde ela mandara, a sua frente, contra o ponto de luz, ele conseguia enxergar a silhueta de Sihha, a voz de Amanda saiu quase engolindo o local:
-Sihha...
- Amanda... Ou prefere que eu te chame de Nathifa?
-Já faz muito tempo que não uso esse nome...
-É, eu sei. Desde que veio proteger a essência.
-Pois é.
Ele conseguiu perceber a adaga na mão da seguidora de Seth, enquanto sua tia não tinha nada:
-Chega disso, Nathifa, já faz décadas que não somos amigas, vamos para o final de uma vez!
-Desculpa, Sihha, mas desta vez não pretendo brigar com você.
Ela se colocou em posição de batalha:
-Como é que é? Você esta louca, não é?Não foi um pedido, ou você luta, ou eu mato ele!
Amanda na maior calma já vista pelo menino falou, sussurrando:
-Tenta.
Sihha se jogou em cima dela, ocorreu em fração de segundos! Sua tia pegou em seu pescoço e gritou cheia de energia a sua volta, enquanto todo o elevador, antes gelado, agora balançava numa temperatura sufocante:
- Tarde demais, Sihha, você não fala mais com uma conselheira, eu sou um canal dos Deuses!
Uma grande explosão jogou o garoto contra a parede, fazendo-o cair com o rosto no chão desenhado do elevador, demoraram alguns segundos até que ele pudesse abrir os olhos, e quando fez isso, quase desmaiou.
Sua tia segurava Sihha nos braços, a sacerdotisa tinha o corpo inteirinho rachado, como uma boneca de porcelana e Amanda sussurrava em seu ouvido:
- Osíris quer ajudá-la, minha querida, seja inteligente e ajude-se também no seu julgamento, que os Deuses a acompanhem.
Seu corpo se desfez nos braço da mulher mais forte que ela já vira, nos olhos de Amanda, lágrimas continham-se, o blazer estava todo rasgado e sua saia, outrora longa, agora estava pela metade:
-Tia, eu.
-Paulinho, fique quieto, só um segundo.
-Mas.
Um barulhinho se ouviu e as portas se abriram, o marcador indicava o 9º andar e o elevador estava impecável!Ela o pegou pela mão e o guiou até seu escritório; lá deu um casaco a ele e pegou uma muda de roupa em seu armarinho:
-Tia... Eu posso falar agora.?
-Claro querido.
-Poderia me explicar o que aconteceu naquele elevador!?Que porr* foi aquela?!
-Paulinho, olha a boca!
-Tá, mas o que foi aquilo!?
-Há alguns séculos atrás, eu e Sihha éramos grandes sacerdotisas, no reino dos Deuses egípcios, mas em algum lugar do nosso caminho, ela acabou se apaixonando por Seth e foi banida de nosso querido lugar... Naquela época a “essência de Osíris” foi criada e colocada sob os cuidados de Isis e Horus. Anos se passaram até que Seth começou a buscá-la sem piedade e eles tiveram que enviá-la a Terra.
-E me escolheram por quê?
-Por que você era uma alma pura, jovem, recém criada, que estava sob meus cuidados... Então eu vimprimeiro enquanto te preparavam, e depois você veio, e eu fiquei responsável por cuidar de você.
-E papai e mamãe?
-Almas caridosas, vieram sem saber de nada.
-Nossa!- Ele se sentou no sofá- Então, você matou Sihha?
-Bom, ela foi para o mundo dos mortos, agora é com Anúbis.
-E acabou? Digo, essa maluquice?
-Você esta brincando?!O jogo tá só começando, menino!
-Ah, eu mereço!
Os dois caem na risada, mesmo sabendo que o perigo sempre o rondará, agora ele sabe com que pode contar.

2 comentários:

  1. Olá sempre venho ler seu blog, obrigada pela visitinha e desejo um otimo natal e um belo ano novo para ti também!!!!
    Beijos doces.
    {serena}Sr do Engenho.

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  2. Obrigada pela visita serena, será smepre muito bem vinda e muito querida

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