domingo, 30 de agosto de 2009

Além do que está além - Cap 1 parte1

Esse é o começo da história de verdade... só o começo do primeiro capitulo...
Hoje vocês vão conhecer um pouco do "jeito Gabriel de ver o mundo" e vão conhecer Verônica... bom, num vou falar nada sobre ela ainda... XD

Esse foi o texto escrito inicialmente, antes mesmo do prologo, então ele deveria tratar um pouco mais do personagem em si... mas não sei porque, ainda não criei uma descrição fisica para Gabriel, então vou ficar devendo...

Vou tentar soltar uma parte por semana, então aproveite bem esse trecho porque só no proximo domingo pra ter mais...XD


CAPITULO UM - Queimando falsas verdades

A vida era uma droga.

Gabriel acordou com o irritante som de seu radio tocando “The Nomad” ¹, era uma droga ter um pai ex-guitarrista e principalmente, era uma droga acordar ouvindo esses sons sinistros dos anos 80, ou seria 70? Não importava, eram 6 da manhã e Gabriel não dormira muito naquela noite, de novo.

Ao se Arrumar saiu correndo para a escola, era uma droga estar no colegial (ensino médio), e como de costume ouviu sua mãe gritar um “Vai com Deus”, era uma droga ter uma mãe que acreditava em coisas que não existem.

Eram uma droga e uma ironia que seu nome fosse o nome de um anjo, criaturas mensageiras de Deus, protetoras dos humanos e essas porcarias todas que diziam nas igrejas para se ganhar mais dinheiro. Gabriel não se importaria muito com a origem de seu nome, não fosse o lembrarem o tempo todo desse infeliz fato; normalmente Gabriel avaliava as situações de seus conhecidos e estes por seguirem seus conselhos e obterem bons resultados varias vezes voltavam e agradeciam com aqueles insolentes “você é mesmo um anjo” ou “nossa, foi Deus que te colocou no meu caminho”, aquilo tudo era obviamente bobagem e formas de expressão, mas irritava mesmo a idéia de que as pessoas não conseguiam viver sem achar que existiam seres sobrenaturais.

A aula foi uma droga como sempre, Matemática só o lembrou de como as pessoas são ruins para seguirem a lógica, História, apesar de interessante de se estudar, só o lembrou de como a humanidade sempre foi medíocre e Educação Física foi a pior, todos achavam simplesmente “mágica” a forma como Gabriel “voava” para a cesta de basquete. O fim de mais uma manhã não foi ruim como seria para outras pessoas, afinal, para Gabriel seu dia finalmente iria começar de verdade.

Seu uniforme de kung-Fu estava em sua mochila, como sempre, e Gabriel pegou o ônibus direto da escola para a academia. Almoçava na academia, treinava na academia e tomava banho na academia, de lá ia para a aula de piano umas duas quadras de distância. Isso tudo era tranqüilizador até certo ponto e voltar pra casa somente depois de anoitecer tinha uma parte boa nisso também.

Nesse dia, porém, o trânsito estava lento, algo como um acidente talvez, não importava muito, Gabriel precisava chegar no horário para o treino e resolveu ir andando (ironicamente, seria mais rápido). Após andar cerca de 20 minutos sem ver muitas mudanças no trânsito Gabriel visualizou o motivo do congestionamento, um caminhão tanque estava tombado na principal via de acesso ao bairro, próximo a um posto de gasolina e a policia tentava isolar a área enquanto bombeiros tentavam apagar as chamas dos estragos feitos pelo caminhão (rezando para ele não explodir, imaginou Gabriel). De qualquer forma, isolada ou não, aquela área estava no caminho e Gabriel ignorou os policias e atravessou a faixa de contenção. Para chegar ao outro lado de uma vez, mas em meio ao caminho ouviu gritos dos bombeiros e ouviu uma movimentação maior destes e dos policiais, virou-se e viu, como se fosse em câmera lenta, o fogo alcançando o posto de gasolina por um rastro de gasolina que estava no chão, o caminhão explodindo e o posto, que estava mais próximo de Gabriel, também explodir. Seus pés não estavam mais no chão e ele sentiu que algo o forçou, como se fosse uma pancada no abdômen, a voar para longe do fogo, e só podia ser a força da maldita explosão.

A vida era MESMO uma droga!

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O cheiro era de cabelo queimado, mas de alguma forma parecia mais forte do que deveria. Gabriel sentiu que havia atingido o chão e talvez rolado algumas vezes no asfalto, mas não via nada, havia alguma coisa em seu rosto. Morri, pensou com ironia.

- Merda! Você não sabe respeitar autoridades, Gabriel?! – Que merda era essa? A voz de um Anjo? Bonita desse jeito só poderia ser, mas Anjos deveriam ter uma voz tão familiar? Porque se estava morto, só poderia ser isso, mas anjos falam “merda”? Gabriel achou pouco provável que fosse esse o caso, mas inevitavelmente lhe ocorreu outra pergunta que ele nunca pensou que fosse fazer novamente: Anjos realmente existiam?

Gabriel tentou apalpar o próprio rosto e notou que era sua bolsa que estava em seu rosto e ao tirá-la do caminho viu o único rosto que poderia ser compatível com aquela voz mesmo furiosa, o rosto era tão lindo quanto a voz, era branco como neve e quase se podia ver o sangue correndo por traz daquela pele, a boca era vermelha como cereja (Gabriel constantemente imaginava se teria o mesmo gosto), os olhos eram pequenos e tinham um misto de verde e castanho claro, os cabelos eram negros como a noite (pelo menos as noites de insônia em seu quarto sem iluminação) e Gabriel sabia bem que desciam em cachos perfeitos até metade das costas da garota. Aquela era Verônica, a única que Gabriel conseguia imaginar como um Anjo (um Anjo de verdade) e a razão de Gabriel fazer aulas de piano mesmo após decidir que não levaria música como estilo de vida.

Verônica tinha uma expressão que era um misto de preocupação, raiva e dor, o que era bem estranho para Gabriel que sempre a via sorrindo. Estava com uma blusa verde aberta nas costas e com um decote pequeno e o habitual jeans, nada que chamasse muita atenção numa garota comum, mas havia algo que definitivamente chamaria atenção em qualquer ser humano: Asas!

Um par de asas surgia por trás da garota, como se fosse uma extensão natural dela mesma, como se todo ser humano possuísse um par de asas longas e brancas, exceto que as pontas DAQUELAS asas estavam queimadas, mas Gabriel não viu por muito por muito tempo pois elas se encolheram e sumiram, não haviam passado nem 10 segundos desde a explosão, quando a garota perguntou no mesmo tom irritado mas preocupado:

- Você está bem?

Gabriel achou que estivesse mesmo morto, ou pior, em coma e delirando, escapar daquela explosão parecia improvável, agora via Verônica, pior, um anjo na sua frente com asas queimadas e perguntando se ELE estava bem. É Claro que o MUNDO não estava bem.

- Que? – Foi tudo o que Gabriel conseguiu perguntar, pois nem mesmo conseguia raciocinar direito.

- Sente dor em algum lugar? Na cabeça ou nas costas talvez? Acho que ouvi algum estalo quando você atingiu o chão.

Só podia ser brincadeira, aquilo ainda não fazia sentido nenhum para Gabriel, nem a explosão, nem a queda, nem as asas, mas após analisar por alguns segundos Gabriel chegou à conclusão de que a explosão o mandaria pelos ares então fez a primeira pergunta que conseguiu formular com mais de uma palavra e que foi seguida por mais do que ele pensou ser capaz.

- O que você está fazendo aqui? O que aconteceu? Eu morri? Aqui é o céu? Você é um Anjo?

- Fica quieto, você está em choque – Respondeu Verônica revirando os olhos impaciente – Vamos sair daqui antes que agente chame mais atenção.

Gabriel não entendeu nada, mas obedeceu, se aquilo era a morte não havia nada que pudesse fazer, se era alucinação não faria diferença e se fosse real, e não tinha COMO ser real, era melhor pensar um pouco sobre o que viu. Caminharam alguns minutos em silêncio até chegarem em uma praça onde não havia ninguém, nas ruas mais afastadas da via principal, quando Gabriel conseguiu organizar um pouco sua mente e fez as três perguntas que pareciam as mais idiotas, mas que naquele momento parecia ser essencial para a sua vida.

- Isso é real? – A garota apenas assentiu com a cabeça enquanto se sentava na grama e Gabriel fazia o mesmo – Você tem ASAS? – Novamente a garota assentiu, mas dessa vez com o rosto ruborizando de vergonha e Gabriel ainda incrédulo soltou sua terceira pergunta – Anjos EXISTEM?!

- Esqueça tudo que já te falaram sobre criaturas sobrenaturais. – respondeu a garota com aparente decepção à reação de Gabriel.

- Ah droga! Anjos existem. – Gabriel afirmou para si mesmo se sentindo traído por suas crenças.

- E Demônios, Fadas, Vampiros e Lobisomens – completou Verônica como se fosse algo óbvio ao mesmo tempo que tentava tirar a atenção para o fato de que era um anjo – e mais um monte de outras criaturas que nem mesmo eu já vi!

A vida era mesmo uma droga e o mundo estava infestado de criaturas sobrenaturais.
#
¹ - The Nomad, da banda Iron Maiden. Apesar do infeliz comentário a musica é boa e estava tocando quando comecei a escrever a história.

A Próxima parte vai falar sobre uma outra personagem.. a garota feliz da história (mas nem por isso menos interessante, eu espero).
comentem bastante sobre o texto, xinguem se não gostaram, reclamem do que ficou ruim, e recomendem pra outras pessoas se for bom...XD

2 comentários:

  1. ficou legal, espero q mantenha mesmo o ritimo e saia uma boa historia disto tudo.

    unica coisa ruim é a cor do texto, deixa o padrão preto, cinza assim doi a vista ler XD

    mas eu mesmo mudo a cor huhauhuauhahu

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  2. HAAHAHAHA...Tsune é deus ate no blog! ^^
    Achei a historia muito boa, espero ver o capitulo sobre os gnomos logo! \o/
    Parabens pela postagem!

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