quinta-feira, 27 de agosto de 2009

ALÉM DO QUE ESTÁ ALEM - Prólogo

Bom, eu gosto muito de falar de coisas sobrenaturais. Com a volta de minha insônia, voltou também minha sede por escrever... Esse conto é sobre isso, minha vontade de escrever sobre seres sobrenaturais e a minha visão de como eles existem em nosso mundo.
A ambientação é quase paralela ao nosso mundo, em uma cidade ainda não definida (hehe). Devo lembrar de que sendo ficção esse texto vai divergir com muitas crenças e até mesmo com histórias classicas. (quem não ficou surpreso com os vampiros de Meyer após conhecer os de Anne Rice a anos?). Inicialmente ele seria um conto sobre anjos, demonios e sobre a existencia (ou não) do céu, mas desisti de mexer com o céu e deixei apenas os anjos (e os demonios, é claro) terem parte nisso junto à outras criaturas (algumas até esquecidas)...
Em resumo, é a história de um Garoto de 17 anos (Gabriel) que é extremamente cético e não acha que exista qualquer coisa sobrenatural no mundo.
O titulo do prologo é em homenagem a Fowl, pois era uma frase que ele utilizava... mais homenagens vem por ai, pois se aprovarem, esse terá uma grande continuação (ja comecei o primeiro capitulo)

Prólogo- A volta da Insônia

Gabriel rolava na cama tentando, em vão, dormir. Estava calor, mas esse era o menor dos problemas, o grande problema era sua mente que não parava por um segundo de pensar em tudo o que lhe acontecia e nas inúmeras possibilidades de conseqüências de tudo o que fazia, do que faria e do que gostaria de fazer. Seu corpo também não ajudava muito, seu ritmo cardíaco não desacelerava como deveria fazer toda noite e mesmo meditar estava impossível nestes últimos dias. Os remédios já não faziam o mesmo efeito, era mesmo um inferno ter de dormir, mas que outra opção haveria? Sua mente e seu corpo precisavam MESMO descansar.
Eram 2 da manhã e Gabriel podia ouvir Sharon den Adel cantar algo como “When she embraces / Your heart turns to stone / She comes at night when you are all alone” ¹ quando ouviu um barulho do lado de for a que chamou sua atenção, não era uma barulho muito comum de se ouvir mas lembrou-o das asas de um beija-flor batendo num local silencioso (o que era, de certa, forma assustador) ou até mesmo as hélices de um helicóptero. Sem pensar muito Gabriel levantou-se correu até a janela e a abriu.
Lá embaixo, no quintal havia um brilho, de algo pequeno, mas a luz era forte e Gabriel teria de descer para checar, pois seu quarto era no primeiro andar. Foi o que fez, apoiou-se na calha acima de sua janela, aproveitou-se do cano pelo qual a água escorria do telhado e desceu para o quintal.
Fosse o que fosse, aquilo que emitia luz podia se mover e percebeu a presença de Gabriel, afastando-se aos poucos.
- Espere – Sussurrou Gabriel tentando enxergar o que havia por trás daquela luz.O foco de luz parou, possivelmente não sentindo ameaça na voz de Gabriel e então emitiu uma voz que parecia com de uma garotinha de nada mais que cinco anos, embora não tivesse problemas com a fala como uma criança teria.
- Porque você? – Como uma criança que pergunta emburrada o porquê de não poder brincar na chuva.
- Eu só ouvi o barulho e vim checar, nada demais. Moro aqui, sabe... – Gabriel tentava explicar enquanto se acostumava com a luz, mas foi interrompido.
- Ainda por cima é lerdo! – A voz parecia decepcionada por Gabriel não ter entendido nada do que estava acontecendo.
Nesse momento os olhos de Gabriel se acostumaram um pouco com a luz e ele notou a silhueta de uma pessoa à sua frente, uma garota de cabelos lisos e curtos mal chegando aos ombros, dona de um corpo bem sinuoso, era impossível enxergar o rosto, mas Gabriel pode notar que a luz vinha de suas mãos e que ela tinha um par de asas de borboleta, como uma fada saída das histórias de Peter Pan, mas em tamanho real. O que emitia aquele barulho estranho eram insetos que voavam ao redor da garota (que foi a melhor definição que Gabriel pode dar à criatura).
- De qualquer forma – continuou a garota – Você não parece MESMO com alguém que vá viver por muito tempo. – Sua voz saindo agora de forma mais parecida com um riso, enquanto esticava suas mãos na direção de Gabriel.
Os insetos voaram todos em direção ao rosto do Garoto que levou as mãos aos olhos para se defender enquanto sentia picadas de fossem o que fossem aqueles insetos. A sensação era horrível, como se ele não tivesse como correr e doía como se tivesse tomado um banho de água borbulhante (não que Gabriel já o tivesse feito) e o riso da garota aumentou, junto com a dor de Gabriel, que caiu no chão perdendo a consciência.

#

Gabriel acordou num susto em sua cama, estava molhado de suor. Passou a mão pelo rosto, retirando parte da umidade e checando se havia alguma marca. Nada, apenas um pesadelo, pensou com certa irritação.
- Como se não fosse bastante difícil dormir quando eu não tinha pesadelos todas as noites – disse para si mesmo olhando irritado para o rádio onde Robert Smith cantava melancolicamente “Every night I burn / Dreaming the Crow Black Dream” ².
Gabriel desligou o rádio com raiva e ficou imaginando o quanto seu fosso fora estúpido. Cada noite uma criatura diferente, como se o mundo fosse cheio dessas coisas estranhas. Só podia ser culpa da mídia, que recentemente lançara livros e livros sobre criaturas sobrenaturais. Gabriel ouvia sobre essas baboseiras o dia todo, e como sua mente não parava de relembrar tudo que aconteceu ele sonhara, era a explicação lógica para tudo isso, tudo fruto de sua maldita insônia.
Satisfeito com sua conclusão lógica Gabriel deitou-se em sua cama novamente olhando para o teto escuro, tentando dormiu pelo que lhe pareceu décadas. O mundo parecia vazio na escuridão que estava seu quarto com tudo desligado, mas pelo menos ali, no seu mundo vazio, não existia nenhuma porcaria anormal nas quais pessoas tolas acreditavam.
Adormeceu


 
¹ - Trecho de “Ice Queen” da Banda Within Temptation, significa algo como “Quando ela (te) abraça / Seu coração vira pedra / Ela vem de noite quando você está completamente sozinho”.


² - Trecho de “Burn” da Banda The Cure. Seria algo como “Toda noite eu queimo / Sonhando o sonho negro do Corvo”. Sim, ele fala d’O Corvo, famoso filme dos anos velhos que foi baseado em quadrinhos e filme predileto de “góticuzinhos” e alguns “não góticuzinhos”... tudo muito trevoso... XD


Sempre vou colocar algumas citações de musicas aqui, afinal são as musicas que mais tem poder sobre seres sobrenaturais e não é essencial ouvi-las, mas elas fazem da história um tanto irônica e são elas que me dão alguma inspiração pra escrever (e viver hehe)

Espero que gostem de "Além do que está além"...

4 comentários:

  1. muito bom, realmente bom, mas acho que esta muito pequeno para um capitulo, deveria ser um prologo.. e o outro que me mandou o inicio do capitulo.

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  2. Por increça que parivel eu não tinha pensado nisso... então acabei de acatar à sugestão... alterado então...
    vou postar os capitulos por partes e aquele é o rascunho da primeira parte...

    Valeu Tom!!!

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  3. OOOOOOOOOOBRIGADO por usar uma frase minha e Ter se lembrado de mim! Quando vi o titulo e nao li que vc havia escrito eu pensei: "Maldito, me roubou o titulo do melhor capitulo do meu livro..." - Só depois percebi [e com a ajuda do Welton] que voce havia realmente tirado a ideia da minha frase!

    CARA..Adorei o texto, CERTAMETNE espero pela continuação e pelo complemento, ja que este é apenas o prologo! :D

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