segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Vermelho e Branco!

Olá a todos, hoje a história não fica longe da anterior... uma lenda. Gosto de lendas... elas sempre nos trazem algum conhecimento, mesmo que às vezes seja inútil...

Algumas lendas nascem de pssoas comuns, outras de pessoas extraordinárias. As lendas extraordinarias são massacradas pelas religiões e as Lendas de Pessoas comuns são esquecidas pelo povo.
Essa é uma dessas lendas esquecidas pelo povo, não se sabe o local de origem ou mesmo de que época. Sabe-se apenas que é uma lenda e, embora não se saiba se ela é real ou não, as lendas nunca morrem por completo.


Luigi não era um jovem diferente dos outros de sua vila, não sonhava em fazer nada grandioso, nem sonhava em conhecer o mundo. Assim como tudo em sua vila, Luigi era acomodado. Apenas uma coisa o diferenciava dos outros que conhecia, ele havia nascido para salvar seu povo, como havia sido lhe contado por um estranho viajante pouco tempo atrás.
Era tarde de outono, Luigi já havia cumprido seus deveres na marcenaria de seu pai e voltava para sua casa não muito longe dali quando avistou um homem que viera de fora, era fácil perceber pelas vestes e por conhecer todos de sua pequena vila, o homem trazia uma grande bolsa e andava já aos tropeços e se apoiava em um galho improvisado como bengala, Luigi se aproximou e ofereceu ajuda, o homem recusando disse-lhe apenas que estava à procura de um jovem com a marca do lobo de fogo. Luigi não compreendeu o que o homem quis dizer, mas insistiu em ajudá-lo até que o homem relutante aceitou e o acompanhou para passar uma noite em sua casa.
A noite, enquanto jantavam Luigi percebeu com certo desconcerto que Ângelo, como havia dito se chamar o viajante, olhava com enorme interesse para seu braço onde estava agora visível uma cicatriz que adquirira na infância.
- Como ganhou essa marca em seu braço, jovem? - perguntou-lhe Ângelo com uma expressão de profundo espanto.
- Queimadura, quando era ainda bebê minha casa entrou em chamas e eu me queimei. – Respondeu Luigi sem dar muita importância para o motivo. O viajante se calou e continuou a comer em silêncio.
Mais tarde, quando já estava indo dormir, o viajante lhe disse em segredo que aquela marca, em seu povo representava uma divindade chamada de Grande-Lobo, e que por ter sido feita pelo fogo, só poderia ser aquela a marca do lobo de fogo que ele procurava. Luigi acreditando que era apenas uma história maluca criada pelo viajante resolveu ouvir tudo que este lhe dizia, mas o viajante não lhe contou uma grande história como era esperado, disse-lhe apenas algumas palavras:
- “Quando o inverno estiver indo embora, chegará a hora de enfrentar o seu espírito protetor e salvar todo o seu povo” – disse Ângelo com uma voz diferente, insinuando que não eram suas estas palavras – Essa é a mensagem que vim lhe trazer meu jovem. É melhor que esteja preparado para a luta, pois todo seu povo estará em suas mãos.
Luigi não respondeu mais nada ao velho e acreditando que era apenas história de viajante foi dormir tranqüilo. No dia seguinte Ângelo partiu e deixou um grande embrulho que carregava consigo para trás, dizendo que era um presente para quando chegasse a hora. Luigi não se importou muito e nem mesmo abriu o embrulho, vivendo sua vida como se aquele dia jamais houvesse existido, mas inevitavelmente se lembrava das palavras do viajante como se fosse uma profecia a ser cumprida.
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O inverno estava castigando naquele ano, e os problemas da vila estavam além da neve e do frio, alguns caçadores haviam se encontrado com uma matilha de lobos na floresta próxima. Diziam que eram cerca de 4 lobos liderados pelo lobo-do-inverno, um lobo branco, mais forte e mais feroz que qualquer outro conhecido como sendo apenas uma lenda da vila a muitos anos. O medo de todos era de que devido ao intenso frio não houvesse animais para caça da matilha naquele vale e que eles acabassem atacando o vilarejo. Até que um dia atacaram.
Foi numa noite de lua nova, tudo estava escuro e com o frio já não se ouviam mais barulhos de pessoas acordadas naquele horário. Mas Luigi acordou repentinamente, alertado pelo barulho de gritos vindos da casa ao lado, enquanto se decidia se iria verificar o que acontecia ouviu alguém gritar lá de fora “Lobos!”, com medo, mas apegando-se ao único sinal que poderia lhe trazer esperança, correu até o embrulho que o velho havia lhe entregado tempos atrás e abriu-o. O embrulho escondia uma pequena espada, não maior que seu antebraço, mas era bela e prateada e inspirava confiança em quem a empunhava, embora Luigi jamais houvesse empunhado uma espada antes.
Ao sair cuidadosamente de sua casa Luigi avistou uma cena que jamais havia imaginado ver um dia, haviam 3 pequenos corpos jogados no chão da rua e lobos devoravam suas vísceras, eram três garotos, filhos de um artesão que Luigi conhecia desde sempre. A cena poderia chocar qualquer um, mas Luigi encheu-se de fúria e sem pensar estava correndo em direção aos lobos, com o rosto coberto de lágrimas e uma pequena espada mal empunhada. E cortou. Sem nem mesmo pensar no que havia feito, Luigi havia pulado em direção ao primeiro lobo e quando este o atacou, por reflexo ele colocou a espada em frente ao corpo e acertou o pescoço do lobo. Quando ouviu o barulho do animal batendo no chão é que Luigi se deu conta de que agora estava cercado por 3 lobos, famintos, perigosos andando ao redor dele e prontos para atacá-lo. Talvez Luigi estivesse com muito medo, talvez estivesse se concentrando nos lobos, mas o fato é que ele não notou, nem mesmo por um momento que haviam algumas pessoas observando, uns pensando em formas de ajudar, outros apenas observando com medo de ser o próximo alvo. Talvez também por isso Luigi não tivesse notado que de dentro da casa agora surgia uma outra criatura que fez com que os outros lobos recuassem.
Winter, como era também chamado o lobo-do-inverno, não era como dizia a lenda, ele era ainda maior e mais forte que qualquer lobo, seus pêlos eram ainda mais brancos que a neve e suas presas e garras eram muito mais assustadoras do que se poderia imaginar. Luigi só o notou quando ele rosnou, como quem avisa que está pronto para atacar, os outros lobos apenas pararam, como se observassem uma luta pelo domínio da matilha, as pessoas agora se encolhiam de espanto e medo, e Luigi sentiu o frio na espinha de quem está diante da morte, a sensação de que não se pode fazer mais nada a não ser esperar que tudo se acabe, um medo tão terrível que nem mesmo lhe permitia pensar em fugir. Luigi parou para encarar o lobo e a morte, mas lembrou-se das palavras do velho viajante, ele não poderia morrer ali sem lutar, não poderia permitir que aquelas criaturas continuassem a matar seus amigos, sabia que as fracas lanças dos caçadores da vila não poderiam atravessar a pele daquela lenda que estava em sua frente, então segurou a pequena espada com as duas mãos em frente ao corpo, esperando a oportunidade para atacar.
Segundos pareceram horas na mente de Luigi, e após muitas delas Winter começou a se mover em sua direção, não com calma, nem com a agilidade de um lobo, mas ainda mais rápido, quando a criatura pulou Luigi não teve tempo de bater ou desviar e apenas sentiu em seu braço uma dor como não havia sentido antes, seguida de uma dormência, parte de seu braço esquerdo estava na boca da criatura e o sangue jorrava como água. Mas Luigi não raciocinou sobre seu braço, precisava acabar com a criatura. Lançou-se agora na direção do lobo, a espada agora na mão direita segurada acima da cabeça, Winter pulou em sua direção, ele também pulou, e caíram ambos no chão, Luigi sentiu o peso da criatura sobre ele, mas também sentiu sua espada perfurar e pôde ver que havia acertado novamente a garganta de seu inimigo, um golpe de muita sorte. Mas agora segundos pareciam anos na mente de Luigi e apenas depois de constatar a sua vitória sobre seu inimigo é que notou que as presas da criatura estavam sob sua carne, encravadas em seu pescoço, a dor apareceu por um momento, para logo em seguida dar lugar à dormência, sua visão estava escurecendo, mas Luigi sorriu, pois ainda pode ver os lobos correrem para a floresta, e sorriu também pois se lembrou das palavras do viajante, a profecia havia se cumprido.
Naquela noite Luigi não se levantou mais, nem pode ouvir os agradecimentos das pessoas que ele haviam salvo, mas naquela noite Luigi havia mudado a história daquela vila, que não mais contaria a lenda de uma terrível criatura que assombrava o vale, mas a lenda de um jovem guerreiro que derrotou a mais temível criatura conhecida por seu povo.

muitas coisas são incertas nesse mundo, mas assim como me disse o homem que contou essa lenda, a morte chega para todos e não espera até que você esteja pronto, você pode morrer como outros, ou lutar pelo que lhe é importante...

2 comentários:

  1. nem li... /brinks uhauhhua

    como falei da outra vez, muito bom este conto´
    só naum intendi o motivo de fingir que era um conto de outro XD

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  2. MUITO BOM! o/

    daria um bom livro! :D

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